A narrativa de "Minha Aldeia", de Luís Augusto Fischer, permite trabalhar, na educação básica, com o contexto do aluno e as relações entre os lugares. Neste post, algumas ideias sobre essa relação do trabalho com a literatura em sala de aula.
Palavras-chave: memória, identidade, lugar, literatura
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Para Filipe, o personagem principal, tudo começa quando se dá conta de que sua cidade natal, Conceição do Arroio, não é encontrada nos livros nem nos mapas. A partir daí, o menino relata o que há na sua cidade, as vivências que tem nessa cidadezinha de, mais ou menos, 15000 habitantes.
O rumo da vida de Filipe e sua família muda quando precisam ir para a capital, em função da vida profissional do pai. Inicia-se, então, para o menino, o contraponto entre o lugar natal e a cidade grande.
Levando esses aspectos em consideração, a possibilidade de trabalhar a narrativa ficcional e a auto-narrativa dos educandos, contando de suas histórias e, principalmente, dos lugares em que nasceram e viveram, pode-se refletir sobre o lugar e a paisagem cultural, na literatura e no contexto dos estudantes. Pode-se criar um mapa da cidade ficcional, a partir dos elementos mencionados por Filipe - as praças, os colégios, as igrejas, as fábricas, o arroio - e relacionar com o mapa da cidade de cada um dos sujeitos dentro da sala de aula.
Esta tarefa permite a construção de uma memória afetiva - a partir do mapa que cada um constrói do lugar onde nasceu, já que cada pedaço de cidade em que o indivíduo viveu será para ele como que a cidade toda. Também, permite a percepção sobre a identidade dos sujeitos em relação ao espaço físico no qual vivem. Esta identidade é transformada ou refletida no momento em que se coloca no papel o que se tem de mais caro a si mesmo em relação à paisagem do lugar.
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